De São Lucas aos plantões modernos: entenda mais sobre a demografia da profissão, curiosidades da data e escolhas dos egressos.
No calendário da Medicina Brasileira, 18 de outubro é marcado como um dia mais que especial: o Dia do Médico. Uma data que vai muito além da agenda e das homenagens nas redes. É o lembrete de que, por trás de cada jaleco, há alguém que um dia decidiu transformar ciência em cuidado.
A data é celebrada neste dia em homenagem a São Lucas, médico e padroeiro da profissão. Lá atrás, ele foi lembrado como símbolo de compaixão e escuta, valores que seguem vivos em cada consulta, plantão e diagnóstico.
Um dia, muitas histórias pelo mundo
Curiosamente, o Dia do Médico não é o mesmo em todos os lugares. Nos Estados Unidos, por exemplo, ele acontece em 30 de março, marcando o dia em que o Dr. Crawford Long usou anestesia pela primeira vez, em 1842.
Já em Cuba (e em boa parte da América Latina), a celebração é em 3 de dezembro, aniversário de Carlos Finlay, o médico que descobriu a transmissão da febre amarela pelo mosquito Aedes aegypti. Ou seja: cada país tem seu motivo, mas todos giram em torno da mesma essência, reconhecer quem dedica a vida a salvar outras.
A medicina em números
Até o fim de 2025, o Brasil deve alcançar 635 mil médicos em atividade, uma média de 2,98 por mil habitantes, esse é o maior número já registrado, mas ainda abaixo da média dos países da OCDE (3,7 por mil). É um retrato de um sistema que cresce, mas ainda enfrenta desigualdades regionais e desafios de distribuição.
A jornada profissional costuma começar cedo, em meio a residências exaustivas, plantões noturnos e uma rotina que testa tanto o físico quanto o emocional. Grande parte dessa formação inicial acontece dentro de programas públicos, como o SUS, o Mais Médicos e o Médicos pelo Brasil, que são iniciativas fundamentais para ampliar o acesso à saúde e levar atendimento às regiões onde antes faltavam profissionais.
Ainda assim, a distribuição desigual permanece um desafio: o Sudeste concentra 55% dos médicos brasileiros, enquanto o Norte soma apenas 5%, revelando o quanto a interiorização da medicina ainda é um movimento em construção. Cidades menores, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, continuam dependendo fortemente de políticas públicas para atrair e manter profissionais.
Nas especialidades, a Clínica Médica, a Pediatria e a Ginecologia/Obstetrícia seguem como as áreas mais numerosas. Mas cresce o interesse por Psiquiatria, Medicina da Família e Comunidade e Medicina do Trabalho, reflexo de uma geração que busca mais propósito, qualidade de vida e equilíbrio entre carreira e bem-estar.
A nova face da medicina brasileira
A Medicina brasileira também vive uma transformação importante: pela primeira vez, as mulheres serão maioria na profissão, representando 50,9% dos médicos em atividade, segundo o estudo Demografia Médica 2025. A feminização da Medicina vem acompanhada de novas demandas e por condições de trabalho mais equilibradas, flexibilidade e reconhecimento da dupla jornada, temas cada vez mais discutidos dentro da classe médica.
Também chama atenção o avanço da Medicina Digital, com médicos cada vez mais presentes em plataformas de teleatendimento e startups de saúde, o que vem mudando a forma como o cuidado é exercido e acessado.
Em resumo, o cenário da medicina brasileira em 2025 mostra uma profissão que cresce em número, se transforma em perfil e se reinventa em propósito, sem perder de vista sua essência: cuidar de pessoas.
Curiosidades da medicina brasileira
O inventor da abreugrafia, técnica usada para radiografar pulmões de forma rápida e acessível, também era brasileiro: Manoel de Abreu.
Alguns nomes conhecidos também já vestiram o jaleco: a atriz Zezé Polessa é formada em Medicina pela UFRJ; Rodrigo Santoro chegou a ser aprovado no concorrido vestibular, mas decidiu seguir a carreira artística; e Thelma Assis, campeã do BBB 20, é médica anestesiologista, formada pela Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba.
E em 2025, o Dia do Médico cai num sábado, uma ótima desculpa para celebrar com calma (e, quem sabe, dormir um pouco mais no domingo).
Medicina como expressão da humanidade
Mais do que um “parabéns”, o Dia do Médico é um convite à gratidão! A cada diagnóstico, a cada vida salva e a cada conversa que traz alívio, há um pouco do que faz da Medicina uma das maiores expressões de humanidade.
Sem dúvida, é uma das profissões mais antigas, nobres e admiradas. Mas vale lembrar também da humanidade de cada médico. Sabemos que por trás do prontuário existe alguém que se doa e que, muitas vezes, precisa de quem olhe por ele também. Cuidar exige energia, e energia precisa de pausa. Reconhecer isso é parte indispensável para seguir exercendo essa escolha.
Na SMR, reconhecemos e celebramos essa entrega todos os dias. Nosso compromisso é estar ao lado de quem cuida, oferecendo suporte, clareza e tranquilidade.
Feliz Dia do Médico!

