Curiosamente, o Dia do Médico não é o mesmo em todos os lugares. Nos Estados Unidos, por exemplo, ele acontece em 30 de março, marcando o dia em que o Dr. Crawford Long usou anestesia pela primeira vez, em 1842.

Já em Cuba (e em boa parte da América Latina), a celebração é em 3 de dezembro, aniversário de Carlos Finlay, o médico que descobriu a transmissão da febre amarela pelo mosquito Aedes aegypti. Ou seja: cada país tem seu motivo, mas todos giram em torno da mesma essência, reconhecer quem dedica a vida a salvar outras.

A medicina em números

Até o fim de 2025, o Brasil deve alcançar 635 mil médicos em atividade, uma média de 2,98 por mil habitantes, esse é o maior número já registrado, mas ainda abaixo da média dos países da OCDE (3,7 por mil). É um retrato de um sistema que cresce, mas ainda enfrenta desigualdades regionais e desafios de distribuição.

Ainda assim, a distribuição desigual permanece um desafio: o Sudeste concentra 55% dos médicos brasileiros, enquanto o Norte soma apenas 5%, revelando o quanto a interiorização da medicina ainda é um movimento em construção. Cidades menores, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, continuam dependendo fortemente de políticas públicas para atrair e manter profissionais.

A Medicina brasileira também vive uma transformação importante: pela primeira vez, as mulheres serão maioria na profissão, representando 50,9% dos médicos em atividade, segundo o estudo Demografia Médica 2025. A feminização da Medicina vem acompanhada de novas demandas e por condições de trabalho mais equilibradas, flexibilidade e reconhecimento da dupla jornada, temas cada vez mais discutidos dentro da classe médica.

Sem dúvida, é uma das profissões mais antigas, nobres e admiradas. Mas vale lembrar também da humanidade de cada médico. Sabemos que por trás do prontuário existe alguém que se doa e que, muitas vezes, precisa de quem olhe por ele também. Cuidar exige energia, e energia precisa de pausa. Reconhecer isso é parte indispensável para seguir exercendo essa escolha.